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EM 2014 BAIXOU 3% O RENDIMENTO DO SECTOR AGRO-ALIMENTAR
À Comunicação Social :



EM 2014 BAIXOU 3% O RENDIMENTO DO SECTOR AGRO-ALIMENTAR
Em média baixaram 6% os Preços à Produção


As recentes estatísticas divulgadas pelo INE, dão conta de uma baixa de 3% no rendimento da actividade agrícola por UTA ( Unidade de Trabalho Ano) em 2014 comparativamente com 2013 e também da redução, menos 3,1%, da mão-de-obra.
Em termos meramente estatísticos, esta baixa resulta da redução (nominal) do VAB, Valor Acrescentado Bruto da produção agrícola - com menos 3,2% -- e das ajudas públicas com menos 4,2%. Mas, de facto, em 2014 também se registaram baixas média de 6% -- nos preços à Produção como sobretudo aconteceu no Leite, na Carne e na Batata, e também em várias Frutas.

O défice da Balança Comercial Agro-Alimentar a diferença, negativa, entre aquilo que importamos e aquilo que exportamos - apesar de ter reduzido, atingiu os 3,2 mil milhões de Euros, dados oficiais. É um défice que continua muito alto para Portugal, sabendo-se que na economia real o défice é ainda maior
Em termos alimentares, o défice continua muito alto nos Cereais importamos cerca de 75% - e aumenta nas Carnes e miudezas comestíveis que, em termos financeiros, nominais, passou para o primeiro lugar, com as importações a atingirem já 28% do consumo interno. Nos Frutos, as importações atingiram uma média de 23,2 % do consumo.
Porém, o INE não esclarece qual é o défice na produção nacional das componentes como as proteaginosas muito utilizadas nas rações para a alimentação animal. Défice que continua a ser, sem dúvida, aquele que apresenta um valor (negativo) percentualmente superior. Algumas estimativas apontam para um défice, nessas componentes para rações, acima dos 85%, das necessidades e onde se mantém um nível inadmissível de especulação e monopólio na respectiva importação/comercialização.
Certas produções, como o Azeite e as Hortícolas, aumentaram mas em resultado da concentração da produção em grandes empresas do agro-negócio e dos métodos de produção super-intensivos (delapidadores dos recursos naturais), o que também provoca a ruína da produção mais tradicional de bom Azeite.
A situação geral e de várias produções de per si, nas suas piores consequências redução dos volumes de produção e novas baixas do preço na produção enquanto há aumento dos custos de produção - têm-se vindo a agravar em 2015, principalmente em resultado da crise no Leite/Carne e da Seca. Mas também em consequência da continuada retracção do consumo interno por causa das políticas de austeridade aplicadas pelo Governo e pelas tróikas.
Retracção do consumo que só não é maior porque tem havido afluxos significativos de emigrantes e de turistas.
Entretanto, e conhecidas que foram as Estatísticas 2014, o Governo apenas veio a público destacar alguns números muito gerais e de circunstância mas não dá mostras de tomar medidas excepcionais para apoiar o sector em dificuldades.

SILVICULTURA APRESENTA DADOS CONTRADITÓRIOS

Em 2014 aumentaram os valores das Exportações de derivados florestais
mas mantiveram-se em baixa os preços da Madeira na Produção


O saldo positivo da balança comercial dos produtos do sector florestal-industrial, excedentário já desde há muitos anos, atingiu os 2,5 mil milhões de Euros em 2014, com o saldo dos derivados papel e cartão no topo dos valores das exportações, portanto acima do saldo da cortiça.

Ainda assim, o saldo global (estatísticas oficiais, note-se) dos sectores agro-alimentar e agro-florestal manteve um défice elevado de 700 milhões de Euros em 2014.

Apesar de em 2014 ter reduzido a área florestal ardida comparativamente com 2013 e apesar dos elevados valores das exportações de derivados florestais, o facto é que se mantiveram em baixa continuada os preços da Madeira na Produção ( na mata e fora desta). Isto demonstra o controlo (tipo cartel) que as grandes empresas do sector florestal exercem sobre os preços à produção da Madeira nacional sem que os sucessivos Governos tenham tomado medidas correctivas desta situação, e antes pelo contrário.

A área florestada e reflorestada aumentou em quase 15% muito devido à nova legislação específica. Nesta percentagem significativa, o destaque vai para a área com eucalipto, que andará pelos 12% de aumento, aliás como era previsível. Trata-se mesmo de eucaliptização indiscriminada e sem controlo eficaz por parte do Ministério da Agricultura e do ICNF.

2015 ESTÁ A CORRER MAL PARA A AGRICULTURA FAMILIAR
GOVERNO NÃO DEMONSTRA VONTADE EM TOMAR MEDIDAS DE APOIO

A Seca, as baixas nos Preços à Produção, a redução do consumo, o aumento de custo de vários Factores de Produção, os Incêndios Florestais, estão na base da situação muito difícil (2015) que vive a Agricultura Familiar e que aponta para prejuízos incomportáveis.
Ao Governo Português em primeiro lugar compete tomar as medidas urgentes com apoios excepcionais - como aqueles que a CNA reclama - para acudir a uma situação de excepcional gravidade.

De outra forma, a ruína ameaça dezenas de milhar de explorações agro-florestais, com pesadas consequências para a economia agrícola, para a Soberania Alimentar do País e para a qualidade alimentar da nossa População.


Coimbra, 12 de Agosto de 2015
A Direcção da CNA
ESCRITO A 12 DE AGOSTO DE 2015
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